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domingo, 9 de março de 2008

EUTANÁSIA, DE QUE MORTE ESTAMOS FALANDO?


Eutanásia: de que morte falamos?


De: Renata Santinelli

A partir de perguntas de difícil resposta começo a reflexão. O que é morte? O que é morrer? Por que atualmente sentimos verdadeiro pavor ao falar em morte. Para responder estas questões lembre-se aqui que até meados da década de 60 a morte era um acontecimento social. A pessoa passava seus últimos minutos ao lado de familiares e amigos, repleta de carinho e de cuidados. “Venha tomar benção do se avô que está indo para o céu, menino” – Diziam as pessoas.
Crianças participavam, era natural. Após a década de 60 surgiu o conceito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Não que as UTIs não somam grande avanço na medicina. Somam sim. Mas, com o surgimento das mesmas a morte passou a ser impessoal. Crianças devem ficar longe, a pessoa faz a passagem cercada de tubos e máquinas e aqueles provedores de todo carinho pelo enfermo passam a olhá-lo apenas e pelo vidro.
Essa mudança no conceito de morte trouxe algumas novas reflexões dentre elas a Eutanásia.


O que é Eutanásia?
Atualmente Eutanásia é a ajuda oferecida ao moribundo por parte do médico consciencioso e atento aos sofrimentos e angústias do enfermo. Existem várias formas de eutanásia, mas nossa reflexão não será técnica e sim, humana.


Deixo pra você meu caro leitor para discutir em casa, com a família, com seus amigos e seus colegas de trabalho. Será que do mesmo modo que somos ajudados a nascer, devemos ser ajudados a morrer? Será que nosso ordenamento jurídico não deveria se preparar para melhor compreender a vontade de pessoa enquanto ela pode expressar suas vontades e, por que não expressar que se estiver em sofrimento que seja ajudada a deixar a vida? Para finalizar deixo um trecho da obra “Morte e vida Severina” de João Cabral de Melo Netto para apimentar a discussão. De que morte falamos?

“E somos Severinos; iguais em tudo na vida; morremos de morte igual, da mesma morte. Severina. Que é a morte que se morre; de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte; de fome um pouco por dia. De fraqueza e de doença é que a morte Severina, ataca a qualquer idade, e até gente não nascida.” (João Cabral de Melo Netto)


No próximo Episódio Cultural falarei sobre BIOÉTICA E SUAS ORIGENS.


*Renata Santinelli é mestre em Bioética. Professora da Faculdade de Serviço Social do CESEP/ renatasanti@yahoo.com.br
[1] Mestre em Bioética. Professora da Faculdade de Serviço Social do CESEP / renatasanti@yahoo.com.br
A palavra Eutanásia vem do grego: eu (boa) thanatos (morte), é morte boa, sem dores e angústias. No século XVII, Eutanásia passa a significar o ato de por fim à vida de uma pessoa enferma.Em seu conceito clássico Eutanásia é tirar a vida do ser humano por considerações “humanitárias”. Bom esse conceito abre a uma enorme reflexão e por isso não mais utilizado.

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