Ninguém sabe que pela noite
Sou gata de telhado e de lua.
Que passei eternidades
Lambendo as minhas feridas,
Marcando territórios,
Os machos que abriguei são extintos
Os filhos que pari desapareceram.
Meus olhos já viram demais
Meu corpo é descomunal
Mas a minha mãe ainda chora acalantos
Reza por mim
E me dá as suas saias.
Não sabe que pelas noites
Tento sugar sua ferida
Tecendo um manto novo
Com meu próprio sangue.
Não sabe que a medida do meu corpo
Cobre a sua sombra
E que as minhas sete vidas
Estão mortas.
*Jennie Carrasco é poetisa equatoriana
jenniec55@gmail.com
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